A
Polícia Federal no Maranhão, com apoio da Superintendência dos Correios no
Maranhão, deflagrou na manhã desta quinta-feira (13) nas cidades de São
Luís/MA, Itapecuru/MA, Imperatriz/MA, Redenção/PA, Bacabal/MA, Santa Inês/MA e
Santa Luzia/MA, a Operação “HERMES E O GADO II”, com a finalidade de reprimir
crimes de subtração de valores do Banco Postal. Funcionários dos Correios são
suspeitos do crime.
De acordo com a PF, as investigações
identificaram uma série de irregularidades ocorridas em várias unidades dos
Correios no Estado. Dentre as unidades investigadas estão as dos Municípios de
Pio XII, São Luís Gonzaga, Matões do Norte, Urbano Santos, São Benedito do Rio
Preto, Monção e Miranda do Norte. Foi identificado, notadamente no município de
Pio XII/MA, o envolvimento de pessoas ligadas a uma organização criminosa, que
atua no Maranhão.
Ainda segundo a PF, os desfalques à
agência dos Correios da cidade foram utilizados como forma de capitalizar a
organização criminosa. O “modus operandi” estabelecido pela quadrilha é o
seguinte: o gerente da agência dos Correios tem acesso tanto ao cofre do Banco
Postal quanto ao sistema dos Correios interligado ao Banco do Brasil.
Aproveitando-se desse poder de gerência, ele subtrai ou facilita a subtração de
numerário do cofre do Banco Postal, deixando em caixa apenas quantidade
suficiente para manutenção das atividades regulares da agência, informando,
artificialmente, no sistema bancário que o cofre está “cheio”, como se o
dinheiro subtraído ainda ali estivesse. Como a subtração de dinheiro do cofre
não é registrada no sistema do Banco Postal, torna-se necessária a criação de
uma justificativa para a sua falta. Para isso, a organização criminosa simula
assaltos – alguns foram filmados pelas câmeras das agências – o que permite
afirmar que o dinheiro foi todo levado naquele crime, ou seja, além de subtrair
o dinheiro que restava no caixa, com o falso assalto a organização criminosa
abona o valor que fora antes subtraído, vez que, contabilmente, para os
Correios e para os órgãos responsáveis pela apuração, todo o dinheiro que
deveria estar no cofre (inclusive os valores oriundos de depósitos fictícios)
acaba contabilizado como roubado.
Ainda de acordo com a PF, para aumentar
o proveito da atividade criminosa, foram simulados depósitos no Banco Postal,
cujos valores logo depois eram sacados e divididos entre os membros da grupo
criminoso, muitos dos quais são ligados a tráfico de entorpecentes. Assim,
entraram em cena os “laranjas” possuidores de contas no Banco do Brasil, que
repassavam aqueles depósitos à organização, dando uma aparência legal ao
dinheiro que alimentava o tráfico de drogas. Praticavam, ainda, a subtração de
aparelhos celulares de valor elevado, os quais eram distribuídos aos membros da
grupo, aparelhos estes que acabavam sendo utilizados para a realização de
tráfico de entorpecentes. Outra vertente utilizada pela quadrilha foi a
ativação de cartões de bolsa família e de benefícios previdenciários. O gerente
possuía acesso aos sistemas corporativos, habilitava os cartões de benefício,
até para pessoas mortas, o que possibilitava a obtenção de empréstimos bancários
com os documentos “esquentados”.
A previsão do total de valores subtraídos nos
sete municípios chega a quase um milhão de reais, podendo aumentar até o final
das investigações.
A Polícia Federal cumpriu quatro Mandados de
Prisão Preventiva, um Mandado de Prisão Temporária e 11 Mandados de Busca e
Apreensão, além do afastamento de oito empregados públicos federais (CORREIOS)
em conjunto com outras medidas cautelares diversa de prisão.
Há ainda uma foragida sendo procurado pela
polícia. As ordens judiciais emanaram tanto da Justiça Federal de Bacabal
quanto de São Luís. A Superintendência dos Correios promoveu hoje,
conjuntamente com a Polícia Federal, a fiscalização das agências dos Correios
em Pedreiras, Conceição do Lago Açu e Lago da Pedra. Participaram do
desencadeamento mais de 60 (sessenta) Policiais Federais dos estados do MA, PA,
PI e CE; duas equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar com a utilização
de cães farejadores para a busca de drogas, que acabaram sendo encontradas em
poder dos investigados, além de 6 mil reais apreendidos na residência de um
deles.
O
trabalho ainda contou com o apoio da logística do Fórum da Justiça Estadual em
Santa Inês.
A Operação foi denominada HERMES E O GADO II
em alusão ao conto mitológico de mesmo nome, que traz como tema a utilização de
subterfúgios com a finalidade de encobrir os crimes cometidos pelo mensageiro
de Zeus.
Fonte: http://www.ma10.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
VALE RESSALTAR QUE OS COMENTÁRIOS SÃO DE TOTAL RESPONSABILIDADE DO AUTOR.