A Comissão de Relações
Exteriores e de Defesa Nacional (Creden) aprovou nesta quarta-feira, 21, por 21
votos a 6, o relatório favorável ao acordo de salvaguardas tecnológicas (AST)
entre o Brasil e os Estados Unidos sobre o uso comercial da Base de Alcântara,
no Maranhão. A mensagem ainda precisará ser analisada por outras comissões,
como a de Constituição e Justiça (CCJ), e pelo plenário da Câmara dos
Deputados. Fechado em março deste ano, o acordo é uma das metas do governo
brasileiro para estreitar as relações com os Estados Unidos. Ele foi assinado
durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro ao país chefiado por Donald
Trump. A Comissão de Relações Exteriores é presidida pelo deputado federal
Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Com isso, o acordo deve ser usado como um dos
trunfos para o filho de Jair Bolsonaro se credenciar como embaixador dos EUA. A
situação gerada pela indicação – ainda informal – do filho do presidente ao
posto gerou críticas por parte da oposição na comissão, para quem Eduardo teria
“interesse pessoal” na questão. A votação na Comissão de Relações Exteriores
dividiu os partidos de oposição na comissão. Enquanto PT e PSOL orientaram
votos contrários ao acordo, PCdoB, PDT e o PSB se manifestaram favoráveis a
ele, mas com ressalvas. Eles defenderam que o acordo seja acompanhado de um
decreto legislativo com cláusulas interpretativas do documento. A proposta foi
lida pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Segundo a parlamentar, as
cláusulas, um total de nove, são importantes para serem mediadoras no processo.
Entre os artigos propostos está que, “quando se tratar de não permitir
lançamentos por parte de países que tenham dado apoio a atos terroristas, é
necessário que isto seja provado de forma substancial”.
Relator, o deputado
Hildo Rocha (MDB-MA) deu parecer integralmente favorável à proposta. Ele
afirmou que não adotaria em seu relatório porque não caberia cláusula
interpretativa nesse tipo de acordo. Uma das reclamações da oposição é a de que
o acordo fechado entre Brasil e os Estados Unidos fere a soberania brasileira –
mesmo argumento que parlamentares usaram para, em 2002, rejeitar o acordo de
salvaguardas. Entre os pontos considerados polêmicos está o trecho do acordo
segundo o qual os países deverão assegurar que apenas pessoas autorizadas pelo
governo dos Estados Unidos deverão ter acesso a certos equipamentos e áreas
restritas.
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